Com suas hábeis brincadeiras, desenvolveu meu raciocínio e minha criatividade, tornando possível assim fluir minha alma para o mundo mágico da fantasia.
Pelo que recordo; deveria ter seus vinte e cinco anos, quando na escola entrei.
Minha primeira impressão ao observar o seu desempenho com a molecada, sua espontaneidade, e brincadeiras: fizeram-me pensar que ela era uma
FADA-BELA
E então passei a chamá-la assim.
Esta é, portanto a história de
FADA BELA
Outras vezes parecia ter oito anos ou menos para ficar igual aos alunos.
Em certas ocasiões parecia ser
Frágil, em outras uma gigante com enormes olhos azuis e brilhantes.
Que no tempo de chuva tinha um toque mais escuro.
FADA BELA,
, gostava de inventar novas regras e com o apoio dos alunos, ela ressaltava que na
MATEMÁTICA
os números têm
energia e que o 1- 4 – 5 – 7 eram masculinos e os frágeis 2 – 6 – 8 – 9 – 0, eram femininos.
O 3 estavam no meio, não era nem um nem outro:
_ Nós riamos muito por isso!
Mostrava no quadro negro o
Quando ela ensinava MATEMÁGICA, misturando números e formas, entendíamos muito mais fácil.
Fazíamos escultura de argila, tipo uma pirâmide, uma esfera, um quadrado e os decompúnhamos em vários pedaços: com os cortes feitos pela nossa escolha.
Ensinava assim as frações e a divisão.
A aula descontraída nos dava a liberdade de expressão, onde estudávamos e discutíamos o que mais gostávamos.
Antonio gostava de história de grandes ações, líamos sobre as grandes aventuras de Cristóvão Colombo
João adorava o espaço, partindo do 8 deitado, corríamos com a imaginação para os confins do universo e como uma história sem fim nossa mente voava solta.
Passeávamos na imaginação de um extremo para outro, percorríamos os planetas aprendendo sobre os anéis de Saturno, a beleza de Vênus, a linda Terra azul, o nosso importante satélite a fria Lua, e o soberbo e quente Sol.
Maria criava em sua doce inocência os mais lindos contos de fadas e príncipes.
Nos os representávamos no teatrinho da escola; onde FADABELA arrumava tudo com muito colorido.
Ricardo ao ritmo dos tambores
Assim aprendíamos como era a vida indígena.
Descobríamos assim as formas dos ossos, do coração.
A importância da pele e suas diferentes tonalidades de acordo com cada raça. Ex, branca, preta, amarela.
Em nossas aulas de desenho, as crianças de divertiam como as formas se transformavam.
De um simples risco em lindas árvores, em rios ou castelos.
Pois os riscos, as curvas, as retas tinham vida.
E tinha os espaços vazios que eram preenchidos com as cores de acordo com nossa imaginação.
Fada bela colocava nossos desenhos na parede como se fora um lindo quadro.
Todos podiam admirar seus trabalhos.
Sentíamos-nos como grandes pintores.
Orgulhosos descobriam dentro do fogo o calor do vermelho, o frio do azul, o ouro do amarelo, a paz do branco e a energia do roxo.
Sentíamos que a Mãe-Terra, grávida de formas perfeitas e de vida, nos ensinava a respeitar tudo e todos.
No meio disto tudo estava Fada bela a professora diferente, presente e amiga.
Chegamos à conclusão que Fada bela era uma transformista das formas.
Como ela gostava muito de coloridos fortes; um dia sugeriu para os alunos pintar toda a escola com as cores do arco-íres.
A pequena escola sobressaiu radiosa com mil cores pintadas parecendo um grande sol nascendo todos os dias.
Da imaginação dos pequeninos alunos, nasceram elefantes roxos, girafas amarelas , pombas azuis e os meninos felizes tiraram boas notas.
Um dia amanheceu chovendo.
_ Assim ela teve uma idéia!
Saí da escola e deixa a molecada muito curiosa. Depois de demorar um pouco, entra com uma grande caixa na mão e a coloca no chão bem no meio da sala.
Todos vão olhar de perto a estranha caixa que tinha uma abertura.
Fada bela sorridente, nos incutindo confiança perguntou:
_ Quem vai ser o primeiro a experimentar a magia da caixa!
Todos se olharam curiosos e interrogativos?
Esperando alguém se manifestar, pois ficamos todos quietos. No tempo que dura na formação de um pensamento o Manoel diz?
_ Eu serei o primeiro e entra na caixa. Lá dentro qual surpresa não tinha nada e estava escuro. Senta-se no chão e fica um pouco; até que começa a descobrir o segredo de:
_ Como é escutar o silêncio, como é estar sozinho, como é mergulhar na escuridão.
Entendemos que quando estávamos sobre pressão; poderíamos entrar na caixa mágica e viajando como o 8, partir para o espaço e assim perder o medo de viver.
Fada bela sabia como tirar de nós inspiração suficiente para nos tornar confiantes.
Ela morava na praia e às vezes resolvia fazer feriado e nos levava para brincar na areia branca do mar.
Fingíamos que éramos sereias, baleias ou peixes e quando sentávamos em volta da fogueira que tínhamos preparado para nos aquecer na noite; imaginávamos-nos viajando nas profundezas do Reino de Netuno.
Fada bela sabia como tirar de nós inspiração suficiente para nos tornar confiantes.
Ela morava na praia e às vezes resolvia fazer feriado e nos levava para brincar na areia branca do mar.
Fingíamos que éramos sereias, baleias ou peixes e quando sentávamos em volta da fogueira que tínhamos preparado para nos aquecer na noite; imaginávamos-nos viajando nas profundezas do Reino de Netuno.
E dentro desta magia nos escondíamos nas conchas, nos caramujos ou virávamos um siri andando para trás ou de lado.
Foi despertado em nos a consciência ecológica e nos tornamos pequenos ambientalistas mantendo sempre limpo o lugar.
Cresceu o respeito por esta professora que com seu jeitinho estava nos ensinando o que era certo.
Quando chegava a hora do recreio, a professora brincava junto com a gente; tirava o sapato e comíamos juntos rindo bastante.
Nesta hora ela estava nos mostrando o somar, o dividir, como amar o companheiro e respeitar tudo e todos.
_ Recitávamos os mais doces versos, cantávamos as musicas do Chico; onde o simples homem se atirava no vazio, “atrapalhando o tráfego”.
Nesta atmosfera gostosa; enquanto o perfume das flores dá doçura ao momento:
_ Eu que há muito tempo estava com minha criatividade rosqueada como uma simples lâmpada, abro os descampados da mente para escrever tudo o que a boa Fada bela me ensinou.
O nome da minha escola era...
“Sonho de Criança”
BIBIOGRAFIAS
☼ - Cervantes, Miguel. Escritor espanhol, autor de
Dom Quixote – 1547 – 1616
☼ - HOLANDA, Chico Buarque de. Compositor,
Cantor e escritor, Brasileiro - 1944
☼ - Quintana, Mario. Poeta gaúcho 1906 – 1994
☼ - Colombo, Cristóvão, navegador Genovês,
1451 – 1506
☼ - Netuno, Deus da Água – Mitologia
☼ - Lobo Mau, vilão da História de Chapeuzinho
Vermelho.
☼ - Ribeiro, Flavy – autora da história, escritora, poeta,
Artista plástica - 1939
História de como a minha primeira professora ajudou-me.
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