sexta-feira, 10 de julho de 2015

PEIXOTE O PEIXE




Ele não gostava do lago. Lá era tudo muito escuro, escuro que nem breu, e Pixote morria de medo do escuro.

  Toda hora ele ia até a margem do lago. Botava a cabeça pra fora e achava tudo lindo.
 

Céu azul, grama,  sol. Flores para todo lado. criança, gato, cachorro, e era tão colorido, tão alegre, tão claro!
  Pixote queria morar na grama entre as árvores. Ele ficava um tempo na margem do lago, mas tinha de voltar pra água para respirar. Para não morrer.

 
Pixote começava a nadar de novo, no meio do lago. Era uma escuridão sem fim, uma feiúra sem fim, uma tristeza sem fim.
 
E a vida de Pixote era assim.  Da água  para margem e da margem para a água.  Sempre sozinho, cheio  de medo,  infeliz da vida.

  Um dia, Pixote  estava nadando e olhando os outros peixes.
 
Eles brincavam, contentes nas águas claras  do lago. De repente, Pixote pensou:
  - Ué! Outros peixes?

Águas claras? O que aconteceu?
  - Será que  vim parar em outro lago sem saber?  perguntava  Pixote.

  E olhava para todo lado e via um monte de coisas novas, via pedras de todos os tamanhos, de todas as cores.
E plantas aquáticas, sapos, rãs. 
Até sapatos velhos e brinquedos de crianças tinha lá!
 

E era tudo tão lindo!  A água meio azulada, cheia de claros e escuros, cheia de brilhos.  Uma beleza mesmo.

  Pixote olhava e ria. Cadê a escuridão? Cadê o medo? Pixote estava era contente, feliz da vida.
 


De repente Pixote descobriu que tinha  acontecido, e começou a rir.
 
- Eu sou mesmo um pateta! Ficava  nadando pra lá e pra  cá, morrendo  de medo do escuro...
  - Lógico! eu só nadava de olhos fechados!
                           

Essa história foi enviada pela Vanessa

A MENINA DO PINHAL


A menina do pinhal

Era uma vez uma mulher, velha, muito velha, velhinha mesmo…
Era uma vez uma velha
que bem contava uma história:uma história muito linda que ela tinha de memória.

Esta mulher, velha, muito velha, velhinha mesmo, era avó de muitos netos. Netos que, à volta do mundo, a ouviam contar.
E a avó contava, contava, devagarinho, assim a modos cansada.
Cabelos brancos de lua,Os olhos rindo de manso:
― Era uma vez uma história…
Ai, netinhos, se eu me canso!

E os netos do mundo ouviam… ai!, mas o que ouviam os meninos do mundo? Uma história misteriosa…
Conta a história toda, toda,Sem tirar sequer um ponto!
Pediam os meninos do mundo, Que a avó contasse o conto.

A avó sorria. Estremecia devagarinho, como se fosse uma árvore que o vento abanasse. E os netos do mundo escutavam.
É o vento da memória Que me faz estremecer:
Meu coração lembra a história…
Escutem, que o ouvem bater.

E os netos, pelo mundo, ficavam muito calados a escutar a história do coração da avó.
Ai! Se a memória não falha!
Era uma história, era, era…

Era uma história passada
No tempo da Primavera.

E os meninos do mundo escutavam. E repetiam:
Era uma história, era, era…
Era uma história passada
Era uma história lembrada
No tempo da Primavera.

E a avó sorria contente, o coração a bater de alegria. E continuava…
A história de uma menina
Que vivia num pinhal:
Seus brinquedos eram pinhas
Em cestinhas de cristal.
Em cestinhas de cristal.
Cristal da neve dos montes.
Feita de estrelas de água, Água gelada das fontes.

Nas agulhas dos pinheiros Cantar o vento ela ouvia
E com o vento cantava O canto da cotovia.

E o cuco com seu cu-cu,O gaio com seu piu-piu
Eram caixinha de música Como nunca ninguém viu.

E os netinhos do mundo ouviam, ouviam. E a mulher, velha, muito velha, velhinha mesmo, continuava a contar…
Cabelos brancos de lua.
Os olhos rindo de manso:
― Era uma vez uma história…
Ai! Meninos, se eu me canso!

― Continua, Avó, continua! ― pediam os meninos.
Mas deixem que eu vou contar,Se me não falha a memória:
Também tinha pombas brancas
A menina desta história.

E rolas mansas, cinzentas,Com o seu canto a rolar:
Tanta ave no pinhal,
Tanta asa para voar!

E pelo chão do pinhal,Também tanta vida havia:
Formiguinhas de silêncio
Que cantavam a alegria.

E tantos outros bichinhos
De conta, conta a contar.
A viverem pelo chão Com segredos pra escutar.

E a avó ficava-se a olhar para o chão poeirento do pinhal cheio de segredos e de caruma.
E os meninos também olhavam muito curiosos para o chão poeirento do pinhal e escutavam os segredos dos bichos pequeninos, das agulhas mortas dos pinheiros.
Mas, ai!, que a avó, de repente,
Gritou: ― Ai! O que é? Que é?
Uma verde lagartixa
Fez-me cócegas no pé!
E os netos do mundo riam, riam, com o susto (pequenino) da avó.
Mas, ai!, que a avó, de repente,Outro gritinho soltou:
― Uma formiga, na perna,Aqui mesmo me picou!

E os meninos do mundo riam, riam. Oh! A avó tinha tanta graça!
Agora a avó não estremecia como se o vento a abanasse, docemente, mas dava um pulinho de pulga e coçava a perna picada pela formiga.
― Ó avó, conta, conta! ― pediam os meninos a rir.
E os meninos não paravam de pedir: ― Ó avó, conta, conta!

Ai! Se a memória não falha,Era uma história, era, era…
Era uma história passada No tempo da Primavera!

Mas a avó parou outra vez, de repente, parou de contar. E deu outro pulinho:
Ai!, as minhas encomendas!
Rápida como uma seta,Em meus cabelos de lua
Meteu-se uma borboleta!

E os meninos riam, riam!
― Deixa lá, avó! Continua a contar!

E a avó continuava, coçando a cabeça de luar, de onde voou uma borboleta amarela.
E a avó continuava:
Ouviu-se uma trovoada
E a menina do pinhal
Deixou cair, assustada,A cestinha de cristal.

A cestinha de cristal,Cristal da neve dos montes,
Feita de estrelas de água,
Água gelada das fontes.

E as pinhas, seus brinquedos,Da cestinha de cristal,
Eram verde, verde-pinho
Que rolava pelo pinhal…

E calou-se a trovoada
E rebentaram as fontes; E flautas de vento verde
Varriam campos e montes.

Nos ninhos abriam ovos.
Eram asas para voar: As agulhas dos pinheiros
Já tinham novo cantar.

E a menina do pinhal
Já tinha outro brincar:
Com uma saia de giestas
Não parava de dançar…
Xaile de chuva, fininho.
Franjas de sol a voar.

A menina do pinhal
Não parava de dançar…

Com sapatos rosas bravas
Não parava de dançar:
A menina do pinhal
Já tinha outro brincar…

E depois de contar isto tudo, a mulher, velha, muito velha, velhinha mesmo, a avó dos meninos do mundo, ficou estafada. Suspirou três vezes: Uf! Uf! Uf! Ah! Ah! Ah! Mas estava tão contente! Que alegria no pinhal e pelos campos! Agora podia descansar.
E agora, meninos do mundo.
Vou dormir devagarinho.
Deitada em cama de nuvens, 
Coberta de rosmaninho…

E os meninos do mundo fizeram sinal uns aos outros ― Schiu… ― para se calarem, com os dedos indicadores (os furabolos) diante da boca, em sinal de silêncio, para que a avó pudesse adormecer ― Schiu… Schiu… Schiu…
E embalaram a avó, num cantar amigo, quase calado:
Já sabemos o segredo.
Era uma história, era, era…
Era uma história passada
No tempo da Primavera!

COMILONA


Ana bela comilona


Come tudo o que vê.
 
Basta ligar a tv
Nhac, nhac, nhac.
 
 
 
Era uma vez
a bolacha
a pipoca
ou qualquer
maçaroca.

Ana Bela Comilona
Só não era muito sabichona.
Na mesa,
entendia de tudo.
Na escola
Nada de ABC.


Sua mãe pensou,
pensou, pensou
Até que -OPA!-
 
A solução estava
Na sopa.


Ana Bela Comilona
Logo aprendeu o

Comendo o prato repleto
Com as letras do alfabeto.

A PEQUENA SEREIA



O rei Tritão, o grande Rei dos Mares,






tinha muitas filhas, que adoravam o reino submarino no qual eles viviam.





Mas a filha mais nova do rei, Ariel sonhava com o mundo acima da superfície - o mundo dos humanos.
Apesar de seu pai ter pedido a ela que nunca fosse até lá, Ariel sempre lhe desobedecia.
Ariel e seu amigo Linguado gostavam de visitar Sabidão, a gaivota. Sabidão explicava-lhes tudo sobre os objetos dos humanos que Ariel encontrava no fundo do mar.


Um dia Tritão soube que Ariel sempre subia à superfície

 e ficou furioso.

Como ele estava preocupado com a segurança da filha, pediu a Sebastião, o caranguejo, que ficasse de olho nela.









Poucos dias depois Ariel avistou um navio.


- Humanos! - disse ela, nadando rapidamente em direção à embarcação.
Ariel reparou que haviam diversos marinheiros e um belo príncipe, que se chamava Eric. Foi amor à primeira vista!

Repentinamente, uma tempestade!
O navio não resistiu e Eric caiu no mar.



- Eu tenho de salvá-lo! - gritou Ariel.
Ela segurou o príncipe com toda força e nadou até a praia, salvando-lhe a vida.

Ariel estava apaixonada!!
O rei Tritão ficou furioso quando soube que Ariel estava apaixonada por um humano, então destruiu todos os seus tesouros.
Ariel chorou muito.
Enquanto isso, Úrsula, a Bruxa do Mar, através de sua bola de cristal via tudo.





- Vou atingir o rei Tritão por meio de sua filha - planejou Ursula.



A bruxa mandou suas enguias de estimação, Pedro e Juca, à gruta de Ariel, que convenceram a pequena sereia de que Ursula poderia ajudá-la a conquistar seu amado príncipe.

Então ela foi ao encontro de Ursula.



A proposta de Úrsula era tornar Ariel humana por três dias, se ele a beijasse antes do pôr-do-sol do terceiro dia ela ficaria com ele, caso contrário ela se tornaria escrava de Ursula. E o preço pelos serviços seria a sua voz!
Após Ariel aceitar a proposta, a bruxa lançou-lhe um feitiço. Uma incrível transformação aconteceu. Apareceram pernas e sua voz ficou presa no colar de Ursula.
      O príncipe parecia não acreditar que aquela teria sido a garota que o salvara, pois ela não podia falar. Assim mesmo levou-a até o castelo.



Quase acontecia o beijo.



A bruxa percebeu e transformou-se numa donzela, falava e cantava com a voz que estava presa em seu colar. Eric acreditava ser a tal garota, portanto se casaria com ela.

Pobre Ariel, estava enfeitiçado!


De repente Sabidão vê a imagem da noiva refletida no espelho, era a Úrsula, a Bruxa do Mar.

Rapidamente elaborou um plano.

Arrancou do pescoço da noiva o colar com a concha.


Esta quebrou-se, e Ariel recuperou sua voz, mas se transformou em sereia novamente, sendo levada por Úrsula para o fundo do mar.


De repente, um arpão atingiu o ombro de Úrsula. Era o príncipe Eric que viera resgatar Ariel! 
Ele lutou com todas as forças, até que o navio do príncipe chocou-se contra ela, destruindo a diabólica Úrsula.



Ela realmente o ama, não é?- disse o Rei dos Mares a Sebastião.
- É verdade - respondeu o caranguejo.
- Nesse caso, não poderei manter minha filha junto a mim - disse Tritão.




Então o rei lançou, um raio mágico na cauda da pequena sereia.
Naquele mesmo dia se casaram. Logo após a cerimônia, o príncipe e a pequena sereia saíram navegando em lua-de-mel e viveram felizes para sempre.